Chalé 1 - Zeus

Henri James Kurtz Ω Son Of Zeus Ω Nível 0

A noite com Suzannah tinha sido realmente ótima. Ficamos um bom tempo na praia, e por fim, fomos ao refeitório, afinal, depois de um dia inteiro de novidades, havia me esquecido de comer. A garota era realmente ótima, e me deixava alegre. Mas eu e ela achamos que fosse melhor voltar para o chalé e dormir um pouco, afinal, no outro dia eu precisava treinar. Já que estava em um acampamento para guerreiros, melhor treinar, se não quiser ser ridicularizado. E foi o que fiz. Após comer, e levar a garota até seu chalé, me dirigi ao meu, o chalé número 1, o chalé dos filhos de Zeus. Era engraçado, não sei por que, mas nunca imaginara que eu pudesse ter meio-irmãos. Estava até um pouco curioso para conhecê-los. Pelo que escutara, pareciam ser bem fortes.

Abri a porta do chalé, e entrei. Estava um tanto escuro, afinal, era madrugada ainda. Achei a cama na qual eu jogara minha mochila, e então achei um armário ao lado. Tirei as roupas da mochila e depositei no armário, que antes estava vazio. Arranquei a camiseta, colocando em uma outra parte do armário, para que depois a lavasse, e fiz o mesmo com a calça e as meias. Peguei um shorts de dormir, e então o coloquei. Peguei minha escova de dentes e o creme dental, e então fui até o banheiro, que achei com facilidade, afinal, era umas das únicas portas dentro do chalé. Fiz minha higiene pessoal, e dei uma boa olhada no espelho. Estava começando a adquirir umas olheiras. - Quem se importa? - Perguntei, retoricamente, a mim mesmo. Voltei para o armário onde deixara minhas coisas, e guardei os objetos de higiene. Deitei-me, colocando as mãos, com os dedos entrelaçados, atrás da cabeça. Fiquei somente pensando no meu dia, e o quão bom havia sido, apesar de tudo que me acontecera em Manhattan. "Espero que meu Pai realmente tenha ido tomar conta da senhora Telhousen..." Esse pensamento cruzou minha mente, me deixando um pouco chateado, afinal, aquela mulher me criara desde meus doze anos, e tinha sido como uma mãe para mim. E também tinha minha avó, a qual abandonei após o acontecido no terraço do prédio. "Espero voltar a Frankfurt algum dia para vê-la. Ela deve ter pensado que morri, é." Tinha que parar com esses pensamentos nostálgicos. Estava ficando um pouco chateado já. Mas de qualquer forma, continuei com os olhos abertos, lembrando de Suzannah, e com um pequeno sorriso em meus lábios.

Henri James Kurtz Ω Son Of Zeus Ω Nível 0

Abri os olhos lentamente. Estava jogado em minha cama, de bruços, e com o rosto afundado no travesseiro. Sentei na cama, olhando para os lados. Não havia ninguém no chalé. - É, parece que meus irmãos não resolveram passar a noite aqui... - Levantei-me, tocando com a sola de meus pés na superfície gélida, que era o piso do chalé. Peguei novamente meus objetos de higiene pessoal, e me dirigi ao banheiro. Entrei no chuveiro e então tomei uma bela ducha. Após alguns minutos, sai. Enrolei a toalha na cintura, passei a mão nos cabelos, dando uma breve arrumada, e voltei até meu armário. Peguei uma cueca e uma calça, e voltei ao banheiro rapidamente para me vestir.

Dei uma olhada pela janela. Estava um dia muito lindo. O sol brilhando no céu, e pouquíssimas nuvens. Calcei meu tênis, peguei uma camiseta azul e joguei em cima de minha cama. Voltei ao banheiro, arrumei meus cabelos em frente ao espelho, para que ficassem no lugar. Por fim, me irritei, somente mexi nos mesmos, e deixei que caíssem naturalmente. Voltei em direção a minha cama, mas então alguém entrou no chalé. Provavelmente um de meus irmãos. Dei uma olhada rápida. - Bom dia. - Arrumei rapidamente minha cama, peguei minha camiseta e a vesti. Esperando para ver o que o recém-chegado diria. Esse podia ser o mais próximo de um irmão, que eu já tive, e de fato, não sabia muito bem como lidar com isso.

Henri James Kurtz Ω Son Of Zeus Ω Nível 0

- Obrigado. - Disse. - Henri James Kurtz. Cheguei ontem. - A garota parecia um pouco tensa. Suas roupas estavam manchadas de sangue, e seu olhar estava meio perdido. "Espero não ficar assim, depois de passar um ano aqui..." Podia parecer um pensamento meio maldoso, mas Bethany realmente estava em uma situação precária. - Líder do Chalé? Deve ser uma responsabilidade grande. - A menina se deitou, jogando algo na cama, antes, mas não tive tempo de ver o que era. Não estava curioso também, afinal, o que eu tinha a ver com a vida dela? Ouvi a pergunta dela sobre qual cama eu escolhera, então apontei para a devida. Parei ao lado de minha cama, e fitei a moça por um instante. Era muito bonita, mesmo no estado em que se encontrava.

- Eu até me ofereceria para ouvir o que você tem a dizer, porque você realmente parece estar com a mente cheia de coisas. Mas nós nem nos conhecemos direito ainda, e parece que você precisa descansar. - Tentei soar o mais gentil possível. Não que eu conseguisse muito bem, mas tentei. Sentei-me em minha cama, retirei meu anél do dedo, e o fiquei analisando, como já fizera várias vezes antes. O silêncio tomava conta do chalé, a não ser pela respiração um pouco mais pesada de Bethany, devido ao seu cansaço evidente.

Henri James Kurtz Ω Son Of Zeus Ω Nível 0

- Obrigado, nosso Pai que me deu. - Então parei, pensando no que acabara de dizer. Não tinha certeza se fora realmente ele que me dera. Só sabia que o anél havia caído do céu, e me dado um choque. Tudo bem se todas as evidências indicassem para Zeus, mas ele não tinha falado nada, nem sequer deixado um bilhete explicando sobre o anél. - Quero dizer... eu acho que foi ele que me deu. - Preferi não entrar em detalhes sobre como o obtivera. Olhei para Bethany, ela possuía um sorriso no rosto. Apesar de tudo, parecia ser muito sincero. Levantei-me, e caminhei até a cama da garota. Havia uma manta aos seus pés. Puxei-a, cobrindo o corpo da garota, e soltei o cobertor mais ou menos na altura do ombro de minha meia-irmã Estando mais perto, pude dar uma olhada mais precisa e Bethany, mas sem manter o olhar muito tempo, para que ela não pensasse que eu a estava encarando. Ela era realmente muito bonita. Tinha traços marcantes, e olhos penetrantes. "Deve ser assim que alguém se sente quando olha em meus olhos..." Pensei, refleindo sobre o efeito que aqueles olhos eletrizantes causavam em mim.

- Tente descansar um pouco. - Disse, abrindo um sorriso, e falando com um tom bem gentil. - Você parece que passou por maus bocados. - Virei-me, indo em direção a porta do chalé, e parei à porta, falando antes de sair. - Nos vemos por ai, Bethany Bloom. - E com isso, sai do chalé, fechando a porta as minhas costas. O sol ainda estava a pico, e eu já precisava me alimentar novamente, pois pretendia ter um treino pesado hoje.

Henri James Kurtz Ω Son Of Zeus Ω Nível 1

Com alguma dificuldade, e levando provavelmente o triplo de tempo que levaria normalmente, finalmente cheguei a soleira do Chalé de Zeus. Abri a porta, e então entrei. Vislumbrei minha cama, e um brilho tomou conta do meu olhar. Até que enfim eu poderia descançar. Meu corpo já estava fraquejando, e não respondia muito bem aos comandos. Mas também, depois de quase ter sido morto a algumas horas atrás, eu esperava o que?

Dei alguns passos com dificuldade em direção a cama, e então me joguei de costas. - Pelos Deuses! Achei que nunca conseguiria! - Encostei a cabeça no travesseiro, e deixei o cansaço tomar conta de mim, caindo no sono sem nem perceber.

Henri James Kurtz Ω Son Of Zeus Ω Nível 1

Despertei, e ainda assim não abri os olhos. Espreguicei-me, e me mantive deitado, com os olhos fechados, somente pensando. Uma dor de cabeça me assolava, como se um martelo batesse, continuamente, em meu cérebro. Ouvi então passos, e então a voz já conhecida de Bethany Bloom, minha meia-irmã. Ainda de olhos fechados, disse. - Nada demais... - Parei, abrindo os olhos e levantando-me da cama. - Só uma brincadeira de pegar com um cão infernal adulto. - Dei um sorriso, e então caminhei até o banheiro. Eu estava trajando só minhas calças. Lavei o rosto, escovei os dentes, mas mantive a porta do banheiro aberta, para no caso de Beth falar algo, eu conseguir ouvir. Voltei então em direção ao quarto, e parei na frente da garota.

- Ainda tenho algumas marcas da brincadeira. Sabe... - Apontei pra alguns cortes que ainda não havia cicatrizado. Talvez o néctar fosse demorar um pouco mais para fazer o efeito sobre todos os machucados. - Cães infernais não são muito amigáveis. - Deixei brotar um sorriso no rosto, meio desajeitado.

Henri James Kurtz Ω Son Of Zeus Ω Nível 1

Ri do jeito que ela agia. Realmente parecia uma irmã, toda preocupada com meu bem-estar. - Ahh... Eu estava meio entediado, resolvi passear, e acabei chegando na floresta, que agora eu descobri que é A Floresta. - Falei, mudando o tom, para algo macabro, quando falei sobre a floresta pela segunda vez. - Mas de qualquer forma, parece-me que tenho uma anjinha! - Dei risada de meu próprio comentário, mas então continuei. - Suzannah, filha de Hécate. Ela me salvou.

Ouvi então Beth a martirizar-se por não tem me explicado as coisas, e então eu pousei minha mão direita sobre seu ombro esquerdo, e disse, em um tom calmo, sereno, e solidário. - Não precisa ficar assim. Todos temos problemas, e sei que sou novato aqui, e que você nem me conhece direito, mas se quiser conversar, pode contar comigo. - Dei um sorriso amigável, e então disse. - Mas já que sente-se arrependida, poderia redimir-se contando sobre o que está acontecendo por aqui... - Falei, ainda com um sorriso no rosto, esperando que ela entendesse a brincadeira, mas que ainda assim, entendesse que eu estava um tanto curioso, e necessitado, em saber sobre o que acontecia no acampamento.

Henri James Kurtz Ω Son Of Zeus Ω Nível 1

- Nem me venha com essa! - Disse, dando uma risada. Parecia realmente que eu poderia falar com Bethany como se realmente fosse uma irmã. E além do mais, ela estava a mais tempo no acampamento. Muito mais tempo, diga-se de passagem. E ela conhecia as pessoas dali bem melhor do que eu. - Não sei se tem alguma coisa... - Comentei, baixando os olhos, e no fundo, querendo contar o que aconteceu. - É, vamos deixar acontecer... Depois te conto. - Dei uma leve piscada com o olho direito, com um sorriso maroto no rosto.

Ela então me disse, superficialmente, sobre o que acontecera no dia em que nos conhecemos, e então notei que ela tivera um dia ruim. - Espero que esteja tudo resolvido. - Disse, em tom de preocupação. Então ela mudou sua expressão, olhando pela janela. Ela parecia preocupada. Ouvi o piar de um pássaro. Mas não uma ave qualquer. Era o piar de uma águia, e se não bastasse isso, não era uma águia qualquer. Mas espera um segundo, como eu sei de tudo isso? Não importa. O que realmente importava agora, era o que estava acontecendo no acampamento. "Thalia Grace..." Esse nome ressoou em minha mente, e eu não sabia de o que queria dizer. Só sabia que... Bem, podem me chamar de louco, mas parecia que a águia que estava me falando isso. Após aquela situação estranha, e fora do comum, Bethany se desculpou e pediu licença. Aparentemente, algo realmente estava acontecendo, e ela parecia saber, ou pelo menos ter alguma idéia, do que se tratava.