Chalé 6 - Atena

Cheguei tão preocupada, que nem percebi os detalhes do chalé. Nico di Angelo, Nico di Angelo... Fiquei com dor de cabeça. Resolvi dormir.
Enquanto dormia, tive um sonho que não tinha desde os sete anos de idade. Um garoto me pedia socorro. Eu queria ajudar, mas não podia, estava presa. Rostos. Reconheci o rosto de Jodelle, no tempo eu não sabia, mas agora eu sei. Ela chamava um nome: Nico di Angelo. E depois Laís era atacada pelo Leão de Neméia. E então Sophie e eu lutávamos. E depois um exército de mortos aparecia e nos parava. E então tudo explodia. Explodia mesmo. E eu fiquei o resto da noite escutando gritos de dor e urros de meus amigos e de Nico. E bem depois, tudo era sangue. Sangue cada vez mais vermelho. E então a dor era minha. Era como se eu tomasse a dor deles para mim. E eu basicamente queria morrer, a dor era física. Mas não conseguia, tinha de aguentar. Tinha de sofrer, ou... Ou alguém morreria. A vida de alguém dependia de mim. Depois um garoto aparecia e me ajudava a levantar, e a dor desaparecia, e ele me agradecia e ia embora, e eu caía ajoelhada, semi morta. E o resto da noite era calma, mas eu tinha a sensação de estar fora de mim.

Acordei com um grito, e me lembrei de onde eu conhecia Nico di Angelo. Eu salvei esse garoto. E tenho a impressão de que uma parte já se realizou: o Leão de Neméia, a briga com Sophie, o exército de mortos. Provavelmente o sangue se referia a guerra. O que será que estava por vir?
Jodelle precisa saber disso.

Cheguei no meu chalé, e me olhei no espelho. Meu cabelo estava curto e despontado. Peguei minha adaga e arrumei meu cabelo.
O corte em meu rosto não estava nada ok, tinha cicatrizado, mas ia inflamar.
- Que droga. Esqueci que anti-coagulante demais inflama!
Resolvi escrever. Tinha papel, e eu precisava de novas armas, então comecei um projeto de um punhal que desencadeia uma emorragia interna.

- Obrigada, Atena!
Pensei no que tinha feito pra ela se orgulhar. Quer dizer, eu desencadeei uma guerra interna, depois insultei ela e depois enfureci no minimo 4 deuses.
Deu vontade de apertar e perguntar, mas achei melhor não, porque ela mudaria de idéia...

Eu preciso desenvolver uma arma semi letal, para usar contra inimigos que não devo matar.

Bom estava andando e vi que Bianca estava no seu chale e resolvi entrar para conhece-lo.Assim que entrei a vi sentada em sua cama e fiquei admirada com aquele chale, bom ela deve ter percebido a minha cara e até os olhinhos brilhando- eu ri
-Oi Bianca.

- Oi! Gostou? Aqui que eu faço meus projetos... Sabe, as minhas adagas normalmente tem alguma coisa. Veneno, anti-coagulante... Gostou?
Os olhos dela brilhando me pareceram um bom sinal.

- Gostei siiim, coitada da Sophie se lutou com ela hoje ela ta cheia de cortes e percebi que você tambem tem alguns, mais voc falou que coloca veneno ou anti coagulante nas suas adagas, hoje você utilizo algum para poder lutar?
Fiquei meio preocupada, porque lembrei doque Sophie tinha mi falado, e se fosse algo ia logo avisa-la

Na verdade, ela só vai ficar dormindo demais. No máximo. Provavelmente nem vai ter efeito, a adaga anti-coagulante tinha o antidoto.

-aa entendi, menos mal então.
Tchau beejo , vou dar uma olhada no acampamento acabar de conhecer, ja que ainda nao vi tudo por ser novata. e vou te deixar descansar porque pelo visto está cansada da luta.
Após ter conversado com Bianca e conhecido o Chale de Atena, fiquei imaginando e analisando,os outros devem ser tão bonitos quanto ou ate mais. Então me despedi dela e sai

- Ok, então.
Resolvi ir para o portão de entrada.

Cheguei no chalé me sentindo muito mal. Não aguentava mais brigas. Eu comecei uma, mas não queria sofrer tudo aquilo de novo. Senti medo.
- O que eu faço, mãe? - Murmurei para Atena.
Fechei os olhos e dormi. E o pesadelo ainda atormentava meus sonhos.

Acordei me sentindo meio mal. A sensação, dessa vez, não havia passado. Me sentia semimorta. Mas logo a sensação passou.
Algo foi acrescentado no sonho. Eu lutaria com um deus. Por isso eu ficaria semimorta.
Bom, aquilo seria no futuro. No momento eu tinha outro problema. Dois, na verdade. Seus nomes eram Jack e Laís.
- Por favor, Atena, faça eles entenderem...
Murmurei uma prece a minha mãe e fui para o arsenal.

Eu estava me sentindo meio doente quando acordei naquele dia. Como se... como se minha saude estivesse ligada ao sonho.
Algo fora acrescentado ao sonho, mas ninguém teria de saber disso. Eu... Beijei Peter. Corei. Se Lis sonhasse que isso iria acontecer...
Senti um aperto no coração. Resolvi que eles precisavam saber que eu ainda existia... Sei lá. Meu rosto, que já estava corado, corou mais ainda quando pensei no quanto queria vê-lo. Será que...
Mas que idéia mais tola eu acabara de ter! Eu... acho que vou pros estabulos. Ou pro anfiteatro. Ou pros campos de morangos. Nunca havia ido em nenhum deles...
Me lembrei dos meus problemas com nome, idade, endereço e CPF... Será que eles se resolveram? Espero que sim...

Eu estava com medo. Não sabia por quem. Meu cabelo já batia no começo das costas. Eu chorava rios de lágrimas. Estava triste. Pela primeira vez, queria alguém para me dizer "está tudo bem, não precisa ter medo" para mim. Eu queria Lis e Peter. Deitei na cama. Eu queria Lis? Basicamente, eu queria ela do meu lado. Mesmo sendo troglodita, ela ficava do meu lado, independente da situação. E Peter? Me reconfortava com aquele sorriso só dele. Eu percebi que estava apaixonada. Completamente apaixonada. De repente gritei:
- Porque? Porque eu tenho de ser uma semideusa? Porque eles tinham que me esquecer? Porque eles não podiam ser semideuses também? Porque a minha vida tem que ser tão complicada? Porque não aparece alguém como eles, que não me deixe sozinha, que sabem quando eu vou chorar e que não me deixam ter medo? Porque Peter não está aqui para me dizer "ele já é grandinho, pode se virar"? Porque eu tive que me apaixonar por Peter? Porque ele me deixou? Porque eu? - Chorei mais ainda, e falei, com a cara afundada no travesseiro - Mãe, me ajuda, por favor... Me traga eles de volta...
Senti a voz de Atena dizendo "Valorize o que tem... E os terá de volta dentro de seu coração, do coração de seus amigos.". Senti algo que me lembrava acarícia da deusa na minha bochecha, e adormeci, com um sonho tempestuoso e com muitas lágrimas.
Sentia o pesar de não saber em quem confiar, nem quem eu sou.

Acordei, mais pálida do que o normal, e com as olheiras um pouco mais fundas. Tinha medo. Mas dava para aguentar. Resolvi sair, ir para algum lugar. O Punho de Zeus... Esse seria um bom lugar. Mas antes iria para o chalé de Afrodite, para ver Sophie. Sentia falta dela. A procuraria, ela entenderia o que está acontecendo comigo. Sabe, ela é filha de Afrodite, a deusa do amor. Então...
Estava vermelha pelo que gritei ontem (torcendo para ninguém ter ouvido nada) e chorando pelo que estava acontecendo comigo. Então ouvi "Será que Sophie estará lá para te ouvir?". Era minha mãe. Estava apreensiva, dava para sentir. E ela não queria que eu fosse para aquele chalé. Tinha medo que eu descobrisse alguma coisa. Alguma coisa sobre Sophie ou sobre ela?
Agora é que eu ia mesmo.

Chegei ali chorando. Algo me dizia que Bettany estava encrencada e a culpa era minha.
Desmaiei e tive um sonho.
Me lembrei de tudo.
Mas agora era tarde demais.
A magia me impedia de falar ou fazer algo.
Isso tudo era uma grande droga.

Eu acordei, meio grogue. Não sabia onde estava Bethany. Resolvi ir para o arsenal, depoisa passar na arena, fazia tempo que não ia para lá.

Cheguei ali. Disse para mim mesma:
- Seu monstro, como pode?
Sentei na cama e desmaiei.

Acordei,com raiva de Jack. Resolvi ir para o chalé de Ares. Já tinha visto Jack se mudando para esse chalé. Fui para lá, para deixar uma carta.

Deixei a carta e voltei para o meu chalé. Estava cansada, meu rosto estava palido e estava com olheiras muito fundas. Meus cabelos estavam bagunçados. Eu deitei e rapidamente adormeci.

Acordei de novo e resolvi ir para o chalé de Afrodite.
Queria descobrir uma coisa.

- Atena, Afrodite, qualquer deus ou deusa que esteja me ouvindo agora, diga para Sophie para não ter medo que eu darei um jeito. Eu sei que ela não está bem, porque me esconderam isso? Será que eu tenho amigos? Será que ela tem amigos? Isso foi para o meu bem ou para o meu mal?

Chorei, e senti que tanto Afrodite quanto Atena estavam do meu lado, tentariam me ajudar. E acho que foram elas que me tranquilizaram, me fizeram dormir.