Campos de Morangos

Henri James Kurtz Ω Ο γιος του Ζεύς Ω Nível 5

Liberdade. Voava alto, sentindo o vento bater contra meu corpo. O bater de asas do pégaso era extremamente suave, e nem parecia que eu estava montado no mesmo. Vrael era um pégaso extremamente habilidoso. Não é à toa que me fora tão útil durante a guerra, salvando minha vida incontáveis vezes. Dei uma olhada para o pégaso, e ele também parecia sentir-se livre, assim como eu. Sorri, involuntariamente. Então percebi onde estávamos sobrevoando. Passávamos pelos campos de morango, que na maioria das vezes, era deserto. Dei uma olhada melhor, e vi uma garota, que parecia estar cuidando das plantas. Nunca a vira antes, mas ela não parecia ser uma novata. Vrael deu uma guinada e começamos a nos aproximar do local. Pousamos a alguns metros dela. O pouso foi tão suave que não chegou a levantar poeira, e isso era magnífico, em sua simplicidade.

Olhei para a garota, e ela, claro, já havia notado minha presença, a muito tempo. Meio óbvio, uma vez que um pégaso de uns trezentos kilos, não passa despercebido em lugar nenhum. - Oi. Desculpa chegar assim. - Dei um sorriso meio sem jeito. Percebi que eu não me apresentara. - Sou Henri, de Zeus. - Dei um sorriso, e estendi minha mão, esperando que ela me cumprimentasse.

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Belo nome a garota tinha. E realmente, devia ser difícil lidar com seu chalé sendo destruído. - É um prazer conhecê-la, Annabelle Moore. E sinto muito pelo seu chalé. Mas graças aos Deuses o estão reconstruindo. - Sorri. - Obrigado. - Agradeci ao comentário sobre meus olhos, e logo retruquei. - Os seus também são muito bonitos. Gostei do tom do azul. Bem chamativo. - E realmente, eram de um azul muito forte. Qualquer um que olhasse par ao semblante da jovem, ia acabar sendo levado a olhar para eles. - Cheguei tem um tempo já. - Realmente, não sabia quanto tempo já estava no acampamento. Parecia uma vida. - Por volta de uns dois meses, acho. - Completei, franzindo o cenho, e contabilizando os acontecimentos, para tentar me situar no tempo. - E quanto a você?

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- Sete meses? Uau! Muito mais do que eu! - Falei, dando uma risada. Ela falou então dos conhecidos, e alguns dos nomes ali não me eram familiares. Talvez um pessoal que não rondasse mais tanto pelo acampamento, ou simplesmente não os conheci mesmo. Parei pra pensar quem eu conhecia. Também não era muita gente. - Eu também não conheço lá muita gente por aqui. - Comentei, dando de ombros. - Deixa eu ver... Dos que você conhece, eu conheço o Jack, Bethany e Sophie. Mas vale ressaltar que é só de passagem. A não ser pela Beth, que é minha meia irmã, ai conversamos um pouco até. - Pensei na pouca interação que eu tinha com minha irmã, mas fazer o que, né? Ela era ocupada. - Dos demais, conheço Suzannah, Alex, Ashley, Emmily, Jenny, Prim, Kate... - O último nome me fez lembrar da grande confusão que ela havia causado. Vadia. Qualquer hora eu ainda arrancava a cabeça dela. - E tem um pessoal que eu vi durante a guerra, mas nem sequer sei o nome. - Pensei naqueles que eu vira durante as batalhas. Será que algum deles tinha morrido? Óbvio... Mas era meio estranho. Morar no mesmo lugar e nem sequer saber o nome da pessoa, em alguns casos, que a pessoa existe.

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Irmão de Jack... Esse realmente não me parecia estranho. Lembrei-me então de tê-lo visto uma vez com Jack. - Ah! Me lembro de vê-lo com Jack, no meio da guerra, no arsenal, quando fui pegar alguns equipamentos. - Então a ouvi falando que ele estava chegando. Olhei para trás, e o vi, aproximando-se. Ouvi mais ruídos de plantas sendo mexidas, e olhei para o outro lado. Vrael estava a enfiar a cabeça no meio dos morangos, tentando comê-los. - Pode parando ai garoto! - Falei para o pégaso, em tom autoritário. Ele rapidamente retirou a cabeça do local, com um gigantesco e suculento morango entre os dentes. Me olhou, com as orbes negras como a noite, e então puxou o morango para dentro da boca, tentando escondê-lo. Balancei a cabeça em sinal de reprovação, e me desculpei com Annabelle.

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Respondi ao cumprimento de James, também com um aceno da cabeça. Ouvi então a troca de palavras entre os dois, e pude notar que James era do tipo jovem, porém promíscuo. De qualquer forma, até que normal. Minhas suspeitas foram confirmadas quando Annabelle aproximou-se de mim e comentou sobre ele. Contive uma risada. - Normal. - Comentei, de forma neutra. Havia ouvido falar um pouco do temperamento de James. Do tipo explosivo. Além de ser uma criança. Como eu não queria encrenca alguma, resolvi somente respeitá-lo, afinal, nada mais do que cordial. Virei-me para Annabelle, e então falei baixo, para que só ela ouvisse. - Provavelmente eu deva ir embora. Parece que vocês tem assuntos pendentes a conversar. - Esperei então por uma resposta da garota. Não me incomodaria se ela falasse que realmente eu precisava ir, afinal, se ela tivesse que falar com James, eu não iria atrapalhar.