Chalé 5 - Ares

Logo fecharia aquele livro. Estava ficando cansado daquilo. Estava tentando reler o livro de Drácula, porém a maldita dislexia tornava aquilo insuportável. Eu poderia procurar por alguma versão aqui, que estivesse em grego antigo, mas não estava com a mínima vontade de fazer isso. E também, creio eu que as únicas coisas que eles têm aqui são coisas de deuses, construções gregas e etc. Por fim, fechei o livro, jogando-o para o lado e passando as mãos pelos olhos. Era um pouco estranho isso de ler, ainda mais que eu não gostava de ser visto lendo. As únicas pessoas que viram ou deduziram isso eram Bianca, Jack e Emmily. Suspirei, esfregando os olhos novamente. Então fiquei apenas deitado, olhando para cima e pensando.

Então ouvi batidas na porta. Fiquei pensando em quem seria. Não era um dos meus irmãos pois não há porque bater na porta do próprio lugar onde fica. Fiquei um tempo sentado, pensando, até que enfim levantei-me e fui até a porta. E lá estava ela: Bianca. Abri um sorriso e deixei a porta mais aberta, dando espaço. Assim que entrou, fechei a porta e comecei a beijá-la com um tanto de intensidade e em um beijo longo. Quando me afastei, estávamos um pouco ofegantes. Segurei-a então na mão e fui trazendo-a até minha cama, onde nos sentamos. — Oi — falei enfim, enquanto passava os dedos por seu cabelo, colocando algumas mechas atrás da orelha.

Ela colocou a cabeça em meu ombro e eu passei o braço em volta de seu corpo. Suspirei. Olhei-a por um tempo, vendo como realmente ela estava bonita. Passei a outra mão por seu rosto com delicadeza e levantei um pouco seu rosto. Levei meus lábios aos dela, primeiro indo devagar e delicadamente, algo que era estranho vir de mim, delicadeza, exceto com ela. Depois comecei a deixar os beijos mais fortes e aos poucos, foram ficando cada vez mais gostosos. Depois de uns momentos assim, percebi-me descendo, beijando seu pescoço.

Estava indo tudo bem até ela segurar meus braços daquele modo. Eu não soube como interpretar aquilo. Ela estava gostando, queria mais, ou queria que parasse, querendo dizer que eu estava indo longe demais? Os beijos foram ficando um pouco diferentes daí, até que enfim, dei por me afastar, olhando-a. — Você não quer? — perguntei enfim.

O beijo que ela deu já era a resposta de que eu precisava. Passei os braços em volta de seu corpo, e então ela se afastou e sussurrou em meu ouvido. Não pude deixar de dar um sorriso que pôde aparentar um tanto malicioso. Voltei a beijá-la, ficando cada vez mais forte. Novamente, desci até o seu pescoço, com um pouco mais de intensidade do que antes. Fechei os braços em volta dela, trazendo-a para mais perto, até que ficou em meu colo. Comecei então a segurar sua blusa, puxando-a levemente para cima, e voltava, como se esperasse qualquer autorização, qualquer coisa.

Aquele momento, deveria admitir, era perfeito para mim. Eu queria que durasse, e muito, mesmo sabendo que uma hora acabaria. Mas mesmo assim, era como uma... Uma droga do qual não se quer que o efeito vá embora. Retirei então a blusa e abracei-a mais forte ainda. Então, depois de um tempo assim, com as coisas esquentando cada vez mais, joguei qualquer coisa que havia na cama para o chão com as mãos e fui deitando-a ali, ficando sobre ela, beijando-a. — Eu te amo — disse entre um beijo e outro. — Preciso de você.

UM TEMPO DEPOIS

Havia um bom tempo que estávamos ali, simplesmente deitados, ela com a cabeça sobre meu peito, aninhada ali, e meu braço por cima de seus ombros. Tudo o que eu poderia dizer era que esta sem dúvidas foi a melhor noite de toda a minha vida. Respirei fundo e virei meu corpo de lado, ficando de frente para ela. Passei a mão por seu rosto e levei uma mecha para atrás da orelha. — Você é linda — disse como havia dito algumas vezes essa noite. — Perfeita.

Abracei-a então quando ela se aproximou, mas com um braço sem ser usado pois segurava a mão dela com força. Levei-a a minha boca e a beijei sutilmente, para depois encontrar os lábios de Bianca. Então, virei-me e peguei algo que havia caído: O lençol e cobertor. Peguei-os e joguei sobre nós, ajeitando como podia. Então parei, ficando do jeito que estava antes. — Acho que não queremos correr o risco de alguém abrir a porta de repente. No começo falei sério, mas não resisti a rir, imaginando a cena. Ficaria óbvio para qualquer um o que ocorreu ali entre nós, mas não era por isso que precisavam nos ver do jeito que estávamos.