Praia dos Fogos
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Praia dos Fogos
Relembrando a primeira mensagem :
Não é porque estamos em um Acampamento secreto, treinando para perigos extremos e desconhecidos pelos mortais; não é porque temos uma vida difícil, que deixaremos de soltar nossos fogos em datas especiais. Nos feriados e dias importantes do ano, os campistas vêm e soltam seus fogos para comemorar a data.
Última edição por Narração/Administração em Qua Jul 27, 2011 10:43 pm, editado 2 vez(es)
Re: Praia dos Fogos
Jack Brown // Filho de Ares // Nível 10
Não tinha simplesmente nada para fazer hoje. Não queria treinar, nada. Apenas uma coisa me vinha em mente: Bethany e Frederick. Comecei a procurá-los depois de não muito tempo em que percebi não querer mais nada. Não estavam no chalé 1, nem em nenhum lugar. Havia perdido um bom tempo andando por todos os lados até que os vi na praia. Bethany sentada na areia e Frederick brincando com as ondas. Sorri. Aproximei-me de ambos, já ficando primeiramente agachado ao lado de Bethany. — Oi — disse antes de beijá-la. Enfim sentei-me ao seu lado, ficando mais de certo modo deitado, com o peso apoiado no braço esquerdo, e o corpo virado para ela. Não demorou muito para que o garoto me visse e viesse correndo até mim. Sentei-me melhor e tomei-o em meus braços, passando a mão pela cabeça dele. Logo depois ele se levantou e voltou para as ondas. Apenas sorri com ele. Olhei então para Bethany, voltando ao jeito que estava antes. — Procurei vocês em toda parte.
Jack Brown- Semideus
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Re: Praia dos Fogos
- A Praia me traz diversas recordações. Nem parece que foi a praticamente três anos que beijei Jack pela primeira vez por aqui... Dou um sorriso ao ver que o mesmo se aproximava e retribuo seu leve beijo. Estava tudo tranquilo, como estivera. Freddie sempre se animava com o pai, e eu não deixei de sorrir como toda vez que ele corria em sua direção. — Vim aqui na praia com ele. Ele parece ser meio fascinado por aqui. — Explico. Nihal sobrevoava a área alguns metros acima, e pousa em uma árvore, observando o lugar. Tio todos aqueles pensamentos que me voltaram a atormentar há alguns meses da mente, deixando me levar pela tranqualidade. Ao ver Freddie olhando para Jack, lembro-me rapidamente de James. O garoto ainda não havia encontrado. — Ah, já soube de James?— Lhe pergunto, virando levemente a cabeça.
Última edição por Bethany Bloom em Qua Fev 08, 2012 9:09 am, editado 1 vez(es)
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Re: Praia dos Fogos
Jack Brown // Filho de Ares // Nível 10
Assenti com a pergunta de Bethany. — Vi ele quando chegou a hora de dormir. Somos do mesmo chalé, lembra? Dei um simples e rápido riso com isso, e logo voltei a observar o garoto brincando com as ondas baixas que vinham até a areia. Lembrei-me automaticamente de James quando era pequeno, da idade dele. Quando íamos até a praia, ele agia do mesmo modo com as ondas. — Ele realmente faz jus ao nome — murmurei. Vendo que havia chamado sua atenção, continuei. — James agia do mesmo jeito em Los Angeles, mas menos risonho, é claro. Ele nunca foi alegre assim. Suspirei. Olhei para ela então, com um tom de brincadeira e me aproximando dela. — Bethany, tem certeza de que esse filho é meu? Hein? Será que ele não tem o sangue de alguma outra pessoa, sei lá, um outro Brown. A brincadeira era percebida pelo sorriso que havia em meu rosto e do modo que por fim fui subindo em cima dela, prendendo-a contra a areia. Dei-lhe uns beijos e fiquei daquele modo, prendendo-a e até mesmo fazendo-lhe cócegas. Frederick nos vendo daquele modo, com sua completa inocência, correu até nós e se jogou sobre nós dois, tentando fazer como eu havia feito. Foi impossível não dar uma risada com ele. Deitei-me de lado ao lado de Bethany colocando nosso filho entre nós. Eu mexia com ele, apertando de leve, passando a mão pela cabeça e fazendo-lhe cócegas. Suas risadas preencheram nossos ouvidos. Por fim dei-lhe um beijo acima da cabeça, apoiando meu rosto ali e fazendo-lhe carinho no braço e nas costas.
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Re: Praia dos Fogos
- Bem, pelo menos Jack já sabia sobre James, e era uma coisa a menos para se preocupar. Presto a atenção enquanto ele falava sobre seu irmão, comparando a Frederick. Sorrio, pensando em James, e também no fato de como Freddie ficaria feliz ao vê-lo de novo. Assim que ouço sua brincadeira, franzo o cenho levemente. Inicialmente, é claro; logo no próximo segundo um sorriso maroto passava pela minha face. — Outro Brown, é, Sr. Jack? — Pergunto, deixando me levar pela sua brincadeira. — É assim que pensa que passo as noites quando não estou com você? — Rio, embora a ideia seja realmente estranha. Retribuo seus beijos ainda sorrindo, com a areia abaixo de mim percorrendo meu corpo. Começo a soltar algumas risadas por causa das cócegas; elas nunca haviam sido um ponto forte meu. Tento afastar a mão de Jack, na brincadeira, fazendo um pouco nele também, mas, é claro, ele sempre fora mais forte. — Não me faça ter que lhe dar uma lição, Brown. — Brinco, com um sorriso irônico, mas como se estivesse tentando intimidá-lo, o que lhe fazia rir - embora em parte também seja porque Freddie já estava no meio de nós. Ainda rindo, ficamos deitados na areia, e olho para ele. Jack realmente amava, e um sorriso verdadeiro passou pelo meu rosto ao vê-lo com Frederick. Dei um beijo na testa de Freddie assim que Jack se afastou um pouco, e me aproximei mais dos dois. Freddie estava feliz, Jack também, eu estava feliz. James havia voltado, as coisas pareciam tranquilas, finalmente eu poderia ter uma vida diferente da que passara no primeiro ano como semideus; dizem que o primeiro ano em que se descobre é o pior de todos. Mas então porque algo ainda me atormentava. É claro, Riley. E Ian, que eu os vinha tentando esquecer faz um tempo. Mas era impossível. Talvez nunca conseguisse, e ainda mais depois do dia que soube que eles pensavam em reencarnar. Não seria melhor para os dois...? Soltei um leve suspiro, mas voltei a olhar para os dois presentes, fazendo um leve carinho em Freddie. Então, naquele momento de tranquilidade, eu me lembrei de uma música que minha mãe cantava para mim, há muito tempo e, posteriormente, eu cantava para Riley. Jack nunca havia me visto cantar, mas era uma das coisas que mais gostava de fazer. Assim, sem mais nem menos, eu comecei a soltar a primeira parte da música: — I remember tears streaming down your face when I said, I'll never let you go. When all those shadows almost killed your light, I remember you said: "don't leave me here alone". But all that's dead and gone and passed tonight... Just close your eyes, the sun is going down, you'll be alright, no one can hurt you now. Come morning light, You and I'll be safe and sound....
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Re: Praia dos Fogos
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Enquanto estávamos lá deitados, não havia muitos pensamentos em minha mente, e nestes eu não prestava atenção. De todo modo, estava completamente perdido nos mesmos, mas fui trazido a realidade com a voz de Bethany. Ela estava cantando. Nunca a tinha ouvido cantar, apenas eu cantei para ela quando nos conhecemos. Uma certa sensação que não poderia descrever me foi sentida ao me lembrar de quando a conheci. Aquilo parecia ser até mesmo uma outra vida, completamente distante de agora. Fiquei quieto, apenas olhando-a levemente, pois sabia que se me focasse muito nela, poderia parar e eu não queria isso. Quando ela terminou de cantar enfim levantei os olhos realmente, para encará-la. — Você canta bem. — Disse. — Por que nunca cantou para mim? As palavras dela ainda se repetiam em minha mente, dando uma certa sensação de calmaria e parecia ter tido o mesmo efeito em Frederick. Ambos ficamos mais relaxados com aquilo. — Que música é essa? — Perguntei.
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Re: Praia dos Fogos
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- Olhando para Jack, percebi que ele também estava lembrando daquele dia no Chalé 11, que ele cantara uma música no violão. — Não sei. Você nunca pediu, e também nem houve alguma oportunidade que eu quisesse ter cantado, mas agora vejo que eu poderia ter sim. — Murmurei. — O engraçado é que eu tinha dito a mesma coisa; que você cantava bem, naquele dia no Chalé. E negou, mas nunca aceitei suas palavras. — Falei, meio rindo, ao lembrar daquele dia. — O nome da música é Sãs e Salvas, ou Sãos e Salvos, não me lembro. Para mim, faz mais sentido o primeiro nome, já que minha mãe costumava cantar para mim. Mais tarde, com a morte dela, comecei a cantar para Riley. — Era estranho. Já fazia um bom tempo que eu não falava o nome de Riley em voz alta.
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Re: Praia dos Fogos
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Uma música que carregava uma história um tanto, digamos, trágica. Três pessoas envolvidas, e duas já partiram. Fiquei um tempo em silêncio, apenas digerindo as palavras que me foram ditas. Olhei para baixo, para a areia tendo a cabeça de meu filho também em vista. Meu indicador direito ficava passeando por um pequeno espaço de areia, fazendo linhas e linhas curvas sem sentido algum. Por fim levantei os olhos e dei um pequeno sorriso para ela, como que para reconfortá-la pelo fato de lembrar-se de algo envolvendo a mãe a irmã, ambas mortas. — A única coisa que passamos assim entre os Brown, é... — Um riso escapou de minha boca, por aquilo ser até bizarro. — Somos um bando de chocólatras. Olhei um pouco para o outro lado, continuando os desenhos por uns momentos em silêncio, mas logo continuei: — Meu bisavô trabalhava em uma fábrica de chocolate ele tanto fabricava como degustava. Qualquer coisinha a mais ou menos, por menor que seja, ele percebia e já dizia que estava estragado. Ele ensinou meu avô e meus tios avós com isso. Minha avó, também gostava muito de doces, e quando meu avô a conheceu, ele mesmo fazia doces, com chocolate é claro, para dar para ela. Minha mãe e meus tios tiveram a mesma criação. Mesmo depois de tudo, e ela ser mandada para fora e ficando cada vez mais pobre, em momentos especias, especiais mesmo, minha mãe comprava duas barras de chocolate: Uma para mim e outra para ela. Depois que James nasceu e cresceu o bastante para poder morder, isso ficou ainda mais raro, mas eram três barras daí então. Algumas vezes, nossos presentes de aniversário eram chocolates. Alguns achariam ruim, mas para nós, aí sim, era a festa. Temos ainda a mesma percepção da qualidade do chocolate que meu bisavô deu ao meu avô e aos irmãos dele.
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Re: Praia dos Fogos
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- Um sorriso escapa nos meus lábios imaginando Jack e James menores, com barras de chocolates em suas mãos. Era realmente duas infâncias diferentes, as de nós dois, entretanto, as duas possuíam horas boas e ruins. Fiquei pensando o que aconteceria se eu tivesse com um chocolate agora. A cara de Frederick ou até mesmo de Jack, se é assim como ele fala. — Então quer dizer que há um mais novo chocólatra na família Brown. — Comentei apenas, ainda deitada na areia. Olhei de relance para Freddie. — Acho que o fato de eu ter comido diversas vezes bombons enquanto eu estava grávida deve ter contribuído ainda mais.— Rio, e por um momento eu acho que vi Freddie quase lambendo os beiços com a conversa sobre chocolates que estávamos tendo. — Falando em comida, Ian era viciado em pizza. Era estranho. Por um tempo ele trabalhava como entregador de pizzas, mas, como ele era rico, era claro que não precisava realmente do dinheiro. Mas, sinceramente, mais tempo menos tempo ele se casaria com uma delas. Eu lembro que ele havia começado a viciar Riley também. — Sorrio, pensando em como praticamente toda noite havia pizza. Chegou um ponto que eu quase sentia ânsia ao sentir o cheiro de pizza, de tantas vezes que comíamos. Olhei para Jack. Era estranho falar do passado de nós dois, algumas mortas (a maioria da minha família, obrigada, destino), e outras ainda vivas. Mas falávamos como se fosse algo automático, simples. Familiar. Acho que era algo bom, até. Além do fato que lembro que Jack odiava Ian, e tinha lá suas boas razões para isso, mas agora... era simplesmente normal falar sobre os dois. Bem, agora estava começando a ser, de um tempo para cá, apesar de eu ainda pensar bastante sobre os dois.
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Re: Praia dos Fogos
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Dei um simples riso olhando para Frederick assim como ela. — Mas é sério o que digo. Pode não parecer, ainda mais com James, mas coloque um chocolate na frente dele para ver. A risada foi um pouco mais alta apenas e mais longa quando disse dos bombons. É, realmente Bethany comera vários. — Na verdade, eu sempre quis roubar alguns daqueles para mim. Declarei, e era verdade. Ainda mais James. Talvez Bethany não percebia, mas sempre que a víamos comer alguns, nós dois ficamos trocando olhares e encarando os chocolates. Logo ela começou a falar de Ian. Eu não o odiava mais como quando ele era vivo, ficava até mesmo natural, mas ainda tinha uma sensação esquisita na garganta quando ela falava dele. Enquanto ela falava, baixei os olhos novamente e continuei traçando os desenhos na areia, para que no fim a olhasse e desse um simples sorriso. — Como se chamam os viciados em pizza? — Perguntei simplesmente. No fim, um pequeno e quase imperceptível riso. Logo uma lembrança me veio em mente, e eu simplesmente tive que rir, de verdade. Logo eu sabia que Bethany queria entender o porque dos risos e comecei a falar. — Quando eu tinha doze anos, e James tinha sete, uma menina da classe dele quis se aproximar. Ele ficou do mesmo jeito de sempre, mas ela foi chegando. Um dia, ela quis dar um chocolate à ele, e ele já tinha a percepção do bom e do ruim. Ele simplesmente disse na cara, sem nem se importar: "Isso aqui é um lixo". Eu rio, mas de pensar, dá uma leve pena da menina. — Fiz uma pausa. — Mas depois, ela ficou obcecada em procurar algum que ele achasse bom. É sério. A menina era persistente. No começo, claro, ela se ofendeu, mas depois, pegava chocolates de todos os tipos e variedades de todas as marcas que via por aí. Quando achou um bom, que ele disse que era bom, ela o viu depenando um pequeno pássaro, literalmente. Ficou chocada e mudou de escola.
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Re: Praia dos Fogos
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- Rio, imaginando os dois olhando para mim enquanto eu comia os chocolates. — Eu deixaria alguns para vocês, se pedissem. Mas acho que nem assim. Era mais como uma obrigação que eu tinha todo dia. Ah, a gravidez tem essas esquisitices mesmo. — Dou por falar, e então penso no que ele falou sobre pizza. — Pizzólatra? — Dou um sorriso. — Quando fala, lembra um pouco psicólogo, embora Ian fosse horrível para conselhos. — Falo, lembrando de uma certa vez. Ouço o que ele começa a contar sobre James. No final, eu também não consigo conter um sorriso, mas dá realmente pena da garota. — Coitada. Deve ter ficado traumatizada. Se fosse eu, pequena, acho que provavelmente não comeria mais chocolates. Comer traria a tona a lembrança do pobre pássaro e do menino que nunca correspondera meu amor obcecado. — Digo, com uma voz melodramática, talvez até um pouco exagerado, o que faz nós dois rirem. Por fim, percebo que ele estava com uma mania de desenhar na areia. — O que está tanto desenhando ai? É o novo Picasso surgindo? — Pergunto, com um sorriso maroto. — Falando nisso, eu lembro daquela vez que você fez uma estátua, que te ajudei a deixar mais aceitável, lembra? — Falo, ainda com o sorriso.
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Re: Praia dos Fogos
Jack Brown :: Filho de Ares :: Nível 10
Só quando ela percebeu e perguntou que realmente olhei o que fazia. — Ah, não é nada. Só... Rabiscos. Linhas enroladas. Nada demais. Ajeitei-me então, ficando meio sentado, apoiado nos braços que estavam um pouco mais para trás no corpo. — Sim, eu me lembro.
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Re: Praia dos Fogos
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- Assenti para ele, mas Jack não pareceu falar nada mais. Franzi o cenho, esperando ele dizer mais alguma coisa, mas nada. — O que houve? Ficou quieto de repente. — Pergunto apenas.
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Re: Praia dos Fogos
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Suspirei. — Não é nada. Fiquei mais um pouco assim e então soltei o ar, deitando-me na areia novamente. Depois de uns segundos virei-me e olhei novamente para ela. — Nada mesmo. Então virei-me de lado, ficando do modo que estava antes, de frente para ela e para Frederick que estava tão quieto que tive de me certificar se não estava dormindo. — Me lembrei de uma pessoa — fiz uma pausa. — Meu avô. Ele já tem um bisneto, e nem sabe disso. Nem se importa.
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Re: Praia dos Fogos
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- Mordi o lábio ao ver Jack assim, mas apenas acreditei nele. Vi que ele falava sobre seu avô, e pensei de leve em minha mãe, o que diria. Ou até mesmo a minha tia, mas creio que ela não se importaria. — Bem, ele não conhece porque não houve oportunidade, eu acho, mas... porque ele não se importaria? — Questionei, virando para o lado também. Uma coisa de que me lembrei, naquele momento, foi do pai de Riley. Eu mal cheguei a conhecê-lo, muito mais viver com ele. Na verdade, eu mal lembrava seu nome. Ele, certamente, não havia se importado. Fiquei pensando no que ele diria se soubesse que minha mãe e sua filha estavam mortas, mas acho que simplesmente ele já teria dado notícias se se preocupasse.
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Re: Praia dos Fogos
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Soltei o ar com um pouco de força. — Eu já contei essa história. Minha mãe tinha quinze anos quando engravidou de mim. Ele a mandou embora. Disse que não voltaria mais. Simplesmente porque ele não sabia quem era o pai — falei com irritabilidade visível. Eu não gostava de pensar nisso. Tudo com minha mãe começou por causa disso. Tudo. Não penso que faria diferença na minha vida conhecer o meu avô. Apenas me traria mais ódio sobre ele. — Ele a largou. A filha dele de quinze anos com uma criança. Ela começou com tudo por causa disso. Perdeu a razão do porque continuar, e começou a comprar aquelas coisas. Veja como ela está agora. Por o que nós passamos porque ele a largou. Ele não se importa.
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Re: Praia dos Fogos
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- Mordi os lábios, apreensiva, enquanto o ouvi falar. Sim, eu já ouvira essa história, mas fazia tanto tempo que ela não me passara pela cabeça quando eu perguntei. Apenas suspirei enquanto ouvia. — Me desculpe. — Pedi por fim, vendo que ele precisara repetir aquilo, que claramente o incomodava. Como as coisas poderiam ter sido melhores para ele se seu avô tivesse aceitado a filha grávida... Não pensei muito no que falar, apenas compartilhei um silêncio solidário com ele, enquanto via Freddie cansar das ondas e caminhar em nossa direção.
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Re: Praia dos Fogos
Enquanto marcha para a guerra escolha uma estrela no horizonte escuro e siga a luz
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Depois de conversar com James, - uma das primeiras pessoas ao ver no Acampamento e falar comigo nesses dias, tirando alguns dos meus irmãos -, decidi andar mais um pouco, dessa vez, não procurando solidão, como estava acostumada a fazer nesses dias. Os cabelos estavam presos em uma trança única que caía sobre meu ombro direito, usava calças jeans e a blusa alaranja típica do Acampamento, fones no ouvidos e tênis novos. Nesses anos, acho que eu melhorei muito, não psicologicamente, mas fisicamente. Talvez tenha sido por todos esses anos treinando. A partir de agora, em mim, tudo mudou. Foi essa promessa que fiz a mim mesma. Com esses pensamentos, fui até a praia de fogo, distraída demais pra sentir a presença de alguém ou ouvir, presa em um mundo paralelo à realidade. Apenas escutando música, sentei-me no chão e fechei os olhos por alguns instantes.
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Re: Praia dos Fogos
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- Depois do que fiz com Liz, quero sair o mais longe para ficar sozinho. Respiro fundo e, quando percebo, estou na Praia. Vou me aproximando da água, deixando que a maresia encontrasse com o meu corpo, e relaxo um pouco. Só há apenas uma silhueta loira deitada ao longe, que não traria nenhum problema, se eu não a tivesse reconhecido. Laís. Santos deuses. Me aproximo, sentando-me ao lado dela. — Laís, desde quando voltou? — Pergunto, quase como em uma ordem. Quer dizer, ela saí sem avisar ninguém, logo depois do que aconteceu com a gente, e ainda volta sem avisar ninguém! Começo a sentir um pouco de raiva, mas relaxo. Trazer briga com ela é justamente o que não preciso, depois do que aconteceu comigo e Elizabeth. Talvez seja melhor fingir que o beijo entre mim e Laís nunca aconteceu, mas isso simplesmente não sai da minha cabeça.
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Re: Praia dos Fogos
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Ainda ouvindo a música, uma música calma e relaxadora, nem percebo que alguém sentou perto de mim. Até ouvir uma voz. Minha cabeça vira bruscamente até o som, dando de cara ao meu lado ele, o filho de Caos. Sua voz era quase como uma ordem, que me franzir o cenho levemente. Se fosse como eu era antes, eu já teria gritado com ele ou algo do tipo, ou talvez ter saído de lá correndo. Mas eu prometi que mudei, não é mesmo? Dei um sorriso. Mike, bom te ver. - disse, com uma generosidade excessiva. - Voltei ontem. - olhei mais ao horizonte e deixei o vento levantar levemente meus cabelos, continuei sem olhar para ele: - Sabe, foi bom ter fugido. Dar um tempo. Refrescar as ideias. Olhei para ele. Não estava irritada, mas não transmitia praticamente nenhuma emoção na minha face, só conseguia lembrar daquela noite. Mas nada saía da minha boca, e acho até bom, fingir que nada aconteceu. Isso mesmo.
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Re: Praia dos Fogos
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- Laís agia diferente, realmente diferente do modo que fazia antes comigo. Bom, pelo menos, ela não parecia mais com a cara de que iriam me fazer de picadinho, então, ignorei. — Bom ver você também, filhinha de Apolo. — digo, e ela arqueia levemente as sobrancelhas para mim. — Jack me contou do apelido. — explico, apenas com um sorriso maroto. Ela fala sobre sua fuga, e assento com a cabeça. — Pois é. Também saí - talvez não tanto tempo quanto você - mas uma boa parte dos campistas deixaram o Acampamento para resolver coisas pós-guerra. Pelo menos, as coisas estão se normalizando. — afirmo, enquanto vejo as ondas baterem a frente.
Michael Fisher- Semideus
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Re: Praia dos Fogos
run, devil, run
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Arqueei uma sobrancelha ao ouvir o antigo apelido. Ah, faz muito tempo que não me chamam de "filhinha de Apolo", na verdade, apenas Jack me chamava assim. Franzi um pouco o cenho. "Pelo menos aqui, sim. - respondi ao seu comentário. - Na minha vida, não." Argh, porque agora eu tenho justo que desabafar? O que aconteceu, aconteceu, mas ninguém, - especialmente ele -, precisa saber. O que de qualquer modo poderia voltar ao assunto do beijo no qual nunca sequer falamos. Suspirei. "Agora sei como é ser órfão de mãe."
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Arqueei uma sobrancelha ao ouvir o antigo apelido. Ah, faz muito tempo que não me chamam de "filhinha de Apolo", na verdade, apenas Jack me chamava assim. Franzi um pouco o cenho. "Pelo menos aqui, sim. - respondi ao seu comentário. - Na minha vida, não." Argh, porque agora eu tenho justo que desabafar? O que aconteceu, aconteceu, mas ninguém, - especialmente ele -, precisa saber. O que de qualquer modo poderia voltar ao assunto do beijo no qual nunca sequer falamos. Suspirei. "Agora sei como é ser órfão de mãe."
Laís Massoglia- Semideus
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Re: Praia dos Fogos
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- Levanto a sobrancelha com o comentário dela. Não que a minha vida também fosse calma, mas nunca havia me passado pela cabeça alguma complicação que ela tivesse fora do Acampamento. Agora, pensando nisso, vejo como a ideia de ignorar outros problemas é realmente absurda. Quando ela cita sobre sua mãe, meu humor muda. Sinto muito, Laís. Murmuro, de verdade, sem alguma ironia na voz. Acredite, sei bem como é. Não precisava acrescentar isso. Ela já sabia da minha vida. E pensar nisso, me lembrava no dia que eu havia lhe contado, na Floresta. Logo depois, o beijo. Tento mudar rapidamente o foco dos pensamentos. Se quiser contar qualquer coisa, sou todos ouvidos. Digo por fim.
Michael Fisher- Semideus
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Re: Praia dos Fogos
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Se o queria de volta tinha que fazer alguma coisa, mas ainda não estava na hora, ou ja estava? Tinhas meus planos formados mas precisava esvaziar a cabeça por um dia apenas. Ir a praia ao anoitecer é a melhor coisa do mundo, ninguém nunca está lá a essa hora ou se estão são poucos, minimos. Coloco as minhas coisas em um lugar qualuqer da praia retiro minhas roupas deixando esposta a minha nova tatuagem, feita quando sai do acampamento por alguns dias. Ela é a palavra "morte" em grego e ficava bem no final das costas.
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Última edição por Kaya Lewis em Dom Mar 11, 2012 10:21 pm, editado 2 vez(es)
Kaya Lewis- Semideus
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Re: Praia dos Fogos
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Decidi ir à Praia para relembrar o que tinha ocorrido entre mim e Sibyl, aquilo tinha sido muito bom. Assim que coloco meus pés na areia, retiro os meus tenis e vejo uma pessoa alí. Eu não consigo ver seu rosto, mas é uma mulher. Ando um pouco mais e percebo quem é. Kaya. Essa não. Me viro devagar e, com passos leves tento voltar. Não quero falar com ela. Não quero pensar nela. Não quero ao menos ver ela.
Girl, I'd cross the whole world, for someone like you Oh oh no matter where I go, Oh oh my unpredictable Girl, you're impossible girl, you know that it's true
Oh oh no matter what you do, I'd cross the world for someone like you
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William Brenauder- Semideus
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Re: Praia dos Fogos
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Olhei pra trás e vi Will, hum parece que o destino resolveu ajudar-me. — Ora, ora, ora— Digo, saindo do mar — Agora foge inves de encarar o passado? Coisa feia não te ensinaram que o que passou, passou? Tem medo de mim?
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Kaya Lewis- Semideus
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