Gray's Papaya

A surpresa da garota atacar seu próprio aliado me pegou desprevenida, e isso influenciou tudo o que aconteceu depois. Senti o punhal passando pela minha pele, pronto para cortá-la, enquanto a garota me segurava pelos cabelos. Sim, ela fora esperta. Colocou Elizabeth em uma situação horrível, da qual precisa escolher entre mim e seu próprio irmão. Sim, eu me senti traída mais uma vez quando ouvi sua decisão, mas também não sei o que eu faria se fosse Riley. Por outro lado, ela tem uma dívida comigo. E falhou de novo. Encaro-a, mas não falo nada. Na verdade, não sei o que estou sentido. Quero que ela tenha suas próprias conclusões da maneira que a encaro. Você conseguiu, Elizabeth. Fale com seu irmão, agora. E depois, fará o quê? Apenas penso. Sinto a garota me levar para a porta, como se quisesse que Elizabeth não tentasse mais algum truque. Apenas quando está quase saindo, ela diz: E pode avisar os seus amigos semideuses que ela está morta. Não quero ninguém procurando-na, e só causando problemas para mim. Mas isso vai ser melhor para você, não é? Não precisa se preocupar em achar uma explicação por ela sumir. Invente qualquer coisa dizendo que ela morreu. Sei que tem capacidade para isso.Ela assobia para o grifo, que sai de cima de Jonathan e vai até ele. Posso ouvir a sirene da polícia, mas só consigo pensar em suas palavras. Na verdade, a única coisa que me vem é Jack, James, Freddie, Bianca e Laís. O que acontecerá com eles quando souberem. E é então que sinto alguma pancada na cabeça, e apago.

Seguimos a águia chegando até o Gray’s Papaya, encontrando um lugar totalmente destruído e com várias pessoas arrumando-o com suas caras infelizes. Ouvi o que o homem tinha para nos dizer quieta, observando-o bem e processando tudo lentamente. Outra mentira dela, como sempre, isso não me surpreendeu. Me endireitei aproximando mais minhas costas na parede que estava encostada, tentando amenizar debilmente a ardência que aumentava cada vez mais causava nelas, localizados bem nas palavras. Olhei para a águia e depois voltei a olhar dentro do recinto, vendo que o homem tentava não encontrar meu olhar, sempre direcionado aos meus lábios. Contive-me ao impulso de fazer um gesto obseno para ele, mas a única coisa que fiz com as mãos foi tapar a boca. Caçadores, ouvi novamente a voz na cabeça. Contorci minha cabeça para o lado, querendo tirar aquela voz de minha cabeça novamente, mas parei instantaneamente depois, reconhecendo a voz como outra. Caos? – sussurrei incrédula para o além. Sede dos Caçadores, Laís, a voz voltara novamente falhando um pouco. Franzi o cenho, como se alguém controlasse minha boca, soltei as palavras em uma voz distorcida: Devem seguir o sul. Levei minha cabeça na direção que Caos me dissera e dei uma espécie de sorriso. Nós estamos perto de encontrar Bethany. – disse novamente. – Agradeçam a Caos. E dando uma olhada de relance, ergui meus olhos para Michael.