Chalé 19 - Éros

^{It is not selfishness, it's having self-love. Even before because I is not what you darling?
Hanna Blake --- 16 --- Daughter of Eros}

A exaustão em si dominava boa parte do meu corpo, a dor já havia passado do normal a muito tempo, meus sonos era algo que não tinha mais a muitos dias, e eu não sabia o que isso significava. Após passar 4 dias confinada em um chalé sem ver qualquer movimento além dos meus a dor estabilizou-se por fim. Estava normal novamente, podia sentir. Levantei-me da cama e direcionei-me para o banheiro, me deixei levar por um banho bastante demorado e relaxante, sai e comecei a vestir um vestido curto azul e colocar uma sandália dourada, peguei o meu perfume e borrifei um pouco em meu corpo, junto com um cheiro gostoso que dominava todo o meu quarto veio um enjoo repentino. O vidro de perfume cai no chão, um de seus cacos atinge minha perna fazendo minha perna clara ganhar uma tonalidade vermelha graças ao sangue que saia rapidamente por entre o corte feito, mas momentaneamente não era isso que importava era o vomito que sobia pela minha garganta e eu não poderia evitar. Corri até o banheiro levantei a tampa do vaso sanitário e expulsei todo o pouco de comida que havia comido em 4 dias, aperto o botão de descarga e sento o chão encarando uma pequena banquinha que havia no banheiro. Não é possível, sei que não, tenho certeza que não. Pensei em um desespero a possibilidade de haver uma criança crescendo dentro do meu corpo, uma criança não planejada, uma criança de Tyler Brontë. Tira isso da cabeça Hanna, é apenas um pensamento fútil, que não pode ser verdadeiro. Não pode. Levantei-me e abri a gaveta que havia na banquinha pego a caixa com o teste lá dentro e o faço. Havia passado poucos segundos e a espera de um resultado já se tornava algo sufocante. Mais alguns segundos passavam, e cabei deixando o teste em cima de um pequena prateleira que servia de suporte para um imenso espelho. Volto a me sentar no chão e continuo a esperar o resultado bastante impaciente. Passa os 3 minutos necessários para um resultado correto, mas continuo a encarar o pequeno aparelhinho ali em cima, meu corpo permaneceu imóvel com os olhos fixos no teste.

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Hanna Blake --- 16 --- Daughter of Eros --- 07}

Suspirei, e permiti que o nervosismo tomasse conta de mim por completo. Não almejava a presença de ninguém ali no momento, principalmente de Tyler. O momento estava longe de ser agradável, e independendo da resposta eu não tinha uma lista de pessoas que deveriam saber disso. Fico em silencio por alguns segundo na ilustre esperança da ida de Tyler, mas o semideus persistia em falar comigo, mesmo contra minha vontade. –Faça um favor para nós dois e vá embora. Rolo minha cabeça na parede, tento esquecer o que estava fazendo, mas fora em vão. Não queria está passando por isso, principalmente agora.

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–Justo quando não te quero perto de mim você decide ficar. Falei em um complexo de ironia surpreendente para o garoto. Já não suportava mais nem um segundo ali, não suportava mais a espera pela verdade, não aguentava a ideia de que meu futuro dependia de um resultado qualquer. A única coisa que eu tinha certeza era que eu não queria, não ansiava por aquilo. Levantei ignorando a insistência de Tyler pelo o outro lado da porta, direciono-me a prateleira e levo a minha mão ao objeto. Por alguns segundos sinto meu chão desabando e tudo que desejava que não acontecesse aconteceu. Olho-me no espelho em uma desesperada tentativa de gritar, chorar, tremer, e matar aquilo dentro de mim. Aquilo não era algo que devia, algo que não era para ser meu, algo que não deveria compartilhar o mesmo recinto que eu, muito menos o mesmo corpo. Olho novamente o resultado, mas o nome "positivo" não parecia está errado. Solto uma blasfêmia, desejo que aquilo saísse de mim por livre e espontânea vontade, mas não iria. Tudo parecia tão sem nexo, tão longe do normal, tão longe do meu conveniente, e era outra coisa que podia adicionar a lista de coisas que eu não entendia. Voltei ao chão no mesmo lugar que encontrava-me antes, ao lado da porta, dessa vez nutria um sentimento de ódio em contraste com um de amor, algo bastante contraditório. –Quando eu tinha oito anos, eu parei de chamar a minha mãe adotiva de mãe, chamava-a de Rebekah, seu nome na verdade, eu a parei de chamar de mãe porque ela não me dava atenção, porque ela não me dava carinho e porque eu realmente acreditava que a única coisa que ela desejava era me abandonar em um internato qualquer na Rússia. Com doze anos eu e Freah saímos no carro do meu pai, procurando qualquer lanchonete que houvesse por perto, apenas por vingança por meus pais não terem me deixado ir para uma festa. Eu sempre brigava com minha irmã mais nova ,Emma, por ela ser tão parecida com a minha mãe, as vezes de uma forma bonita, as vezes de uma forma irritante. Parei por alguns segundos ao perceber que uma lagrima havia se formado e estava rolando em minha face. –Nós fomos para um acampamento no meio do nada e alguns animais em bando atacaram o acampamento. Muitas pessoas morreram, e eu ignorava o fato da minha irmã estar com medo, eu não queria ter que olhar em seus olhos e dizer que ela poderia morrer, principalmente porque eu não iria conseguir proteger ela. Eu não sei porque, eu simplesmente não lembro o que aconteceu naquela época, poucas coisas que eu lembro e uma delas era que eu havia culpado minha mãe por ter perdido muitas pessoas naquele acampamento, porque eu não queria ir, eu não queria. Eu gritei com a minha mãe, com Ema e meu pai não estava no país para poder resolver alguma coisa. Eu olhei nos olhos da minha mãe e disse que eu não a amava, foram minhas ultimas palavras para ela. E depois fui mandada com 14 anos para esse acampamento. Voltei aos meus pensamentos e pude ouvir o som das arvores ecoando pelo quarto, não falávamos nada um com o outro, e era o que eu queria, ficar em silencio e ignorar tudo que havia acontecido até aquela hora em minha vida. -Eu não quero que ele ou ela seja assim Ty. Falei desistindo de me trancar em um banheiro como uma garota mimada e abri a porta deixando apena uma pequena brecha que era o suficiente para ver os seus profundos olhos castanhos.

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Suas palavras eram doces e calmas, isso me fazia feliz, isso me fazia pensar o quão bom ele seria para essa criança, o quão bom ele seria com todos. Olho em seus olhos e mergulho em um poço de sinceridades, não conseguia encara-lo, não poderia simplesmente acabar com a vida dele fazendo-o se tornar alguém responsável por outro, não podia. O fitei na esperança de que as palavras saíssem, mas meus pensamentos as impediram. Sua mão aproxima-se e de alguma forma o meu corpo se afasta, talvez por falta de confiança nas pessoas. Não pude mais segurar minhas feridas que com o tempo só aprimoravam-se, abri a porta e o abracei, permiti que as lagrimas que tanto me atormentavam por fim caíssem, permiti que o sentimento de medo, fosse liberado, me permiti mostrar mais uma única vez meus sentimentos para o garoto que poderia ser o perfeito. –Obrigado, Tyler. Falei entre pausas e me deixei levar pela fraqueza da verdade.

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Enxuguei minhas lagrimas e senti mais uma vez o enjoo vindo. Parei imóvel em frente do semideus, me levantei e sai do banheiro, direcionei-me para a cama e lá sentei. –Você nunca se sentiu como se o seu mundo fosse cair? Como se ninguém te amasse? Perguntei com olhos fixos em meus pés, tentando ao maximo controlar tudo que sentia no momento. –Como se você não tivesse um objetivo nesse mundo, e de repente aparece um e você não sabe como lidar com ele? Revirei meus olhos os voltei para Tyler, que parecia mais forte desde a primeira vez que o tinha visto na floresta, um garoto que se deixava levar por uma estranha em meio a floresta a loucura. Não era mais essa pessoa, era melhor, mais forte, mais responsável, mais confiante.

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Pensamentos do meu futuro torturavam-me, pensar que uma simples criança poderia acabar com a minha vida não ajudava muito. Me deitei ignorando o fato de ter alguém ali presente e eu e minha atenção era importante. Por um dia ou uma hora eu queria pensar em mim, queria me dar 100% de atenção, queria refletir sobre toda a minha vida, queria que algo fizesse sentido, mas parecia que a ironia da vida não estava de acordo com os meus planos. O cheiro do perfume ainda tomava conta do quarto, me perguntava como eu conseguia ficar naquele local, e logo veio a resposta, eu não conseguia. –Vai embora, eu realmente preciso ficar sozinha! Gritei levantando-me quase correndo rápido demais e vomitei novamente. Dei descarga nos dejetos e logo voltei a chorar feito uma criança, bati a porta do banheiro com toda a força que tinha, me joguei no chão e deitei gritei e não segurei nenhuma emoção que estava dentro de mim. Arranhava o piso com minhas unhas em movimento, batia minhas pernas já que tinha certeza que Tyler havia ido embora, e continuei daquele jeito por muito tempo, era a primeira vez que estava sozinha e que agia daquela forma, era preciso, não poderia guardar para mim por muito tempo.

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Meu rosto quente denunciava a vergonha que tinha por fazer um escândalo na frente de Tyler sem saber. A principio bati em seu peitoral em recusa ao abraço mas por fim me deixei levar, por mais que negasse precisava disso, queria alguém ao meu lado, eu não queria ter que enfrentar tudo sozinha, eu não conseguiria. –Tyler... Por favor..... Não me deixa. Afundei minha cabeça em seu ombro e lá chorei por mais alguns minutos. –Eu não quero ter que fazer isso sozinha, eu não consigo. Minhas palavras proferidas com certa dificuldade, não iria conseguir falar nada para ele, ao naquela hora sentia-me fraca por não consegui fazer algo tão simples como contar uma coisa que iria definir o nosso futuro.

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Fitei suas orbes, senti o nervosismo atuar por mim, não suportei mais guardar aquilo apenas para mim. –Tyler, eu estou grávida de você. Continuei a encara-lo, esperando qualquer que fosse sua reação. –Ty, por favor fala alguma coisa. Falei um pouco medrosa com o que aconteceria a seguir, não sabia se o suporte que o mesmo houvera me prometido por toda a noite ainda existia naquele momento, sentia medo de por ficar sozinha para sempre.

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Soltei um sorriso, um alivio que achava que nunca mais sentiria agora estava ali ao meu lado. Não acreditava que ele não estava surtando, ou que ele não me deixaria, logo eu que acabei com a vida dele, acabei com o namoro dele e o fiz triste. –Você precisa me prometer que não vai deixar que nada aconteça comigo Tyler, não enquanto esta criança estiver dentro de mim, me prometa que nada vai me ferir. Sabia que Freah não me queria viva, ela havia deixado bem claro no nosso ultimo encontro, mas por mais que eu não quisesse ter aquela criança eu não queria que nada a acontecesse, eu não a deixaria se machucar, principalmente por minha causa. Sabia também que por mais que Alexa fosse uma boa pessoa ela também não desejara o meu bem, havia pessoas que não queriam a minha vida, e eu não queria por a vida de uma criança em jogo por causa de minhas brigas. –Você vai cuidar para que esse bebe não se machuque ok? Falei com certa segurança, após algumas horas era aquilo que eu queria no final, o b em de uma criança indesejada por parte da mãe.

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–Eu só precisava garantir que ele ficaria bem. Voltei meu olhar para meus pés que não se encontravam mais trêmulos. Afastei-me do semideus voltando todo o meu corpo a encostar-se à parede um pouco longe. –Pode ir agora. Fiquei seria e ignorei todos os sentimentos que havia demonstrado em um momento de fraqueza, eu não precisava ser daquele jeito, tão frágil, emocional, e infantil. Apenas precisava ficar sozinha, até que essa criança nascesse não queria que me vissem daquela forma, não queria que ninguém além de Tyler soubesse de nada. –Antes de ir, prometa-me não falar nada por enquanto a ninguém. Voltei minha atenção para o semideus que continuava a me observar. –Por favor.

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Estava apenas com a minha roupa intima, olhando-me de frente para um espelho pendurado em uma das paredes do chalé. Não sentia-me confortável com uma criança, dentro do meu corpo, nunca fui uma admiradora desses pequenos corpinhos ambulantes, vendo-os apenas como vidas desperdiçadas até uma certa idade. Mas uma pequenina parte de mim, uma realmente pequena gostava de sentir, tocar, ver, aquilo crescendo gradativamente em minha barriga, por algum motivo um pequeno sorriso surgia em minha face quando pensava em diversos nomes que adoraria por no bebê, entre tanto o pensamento resumindo-se em nomes para uma pequena parte minha, fazia-me lembrar que também era uma pequena parte de Tyler, um semideus que só servira para atrapalhar a minha vida, mas que no fim das contas me deu algo bom, ou quase isso..

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Continuar a observar meu reflexo até que ouço um pequeno barulho vindo em direção da porta, por impulso apenas visto-me o mais depressa que conseguira no momento, não queria que ninguém me visse daquela forma, principalmente a garota que parecia-me familiar pelo reflexo do espelho. Volto-me para a garota plantada em minha porta, e por incrível que pareça não era Samantha, era a ultima pessoa que esperava ver ali, Freah com seus pensamentos irônicos sendo expostos em voz alta pela mesma. –Que foi? Perdeu seus brinquedinhos de tortura? Falei indo em direção da garota que permanecera imóvel.