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Campos Elíseos

2 participantes

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Mensagem  Administração Seg Fev 14, 2011 3:27 pm

Os Campos Elíseos, é onde ficam todos os espíritos que foram realmente bons em vida, como uma espécie de recompensa por seus atos. Pessoas generosas, solidárias, heróis; todos merecem o seu lugar reservado nos Campos Elíseos.
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Mensagem  Riley Bloom Ter Jan 03, 2012 8:19 am

{ Morta em 10 de junho de 2015 }

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"She lives in a fairy tale, somewhere too far for us to find. Forgotten the taste and smell of the world that she's left behind..."

***

— Às vezes penso em reencarnar.
São minhas primeiras palavras ao encontrar Ian naquela (manhã? entardecer? noite? eu não tinha mais tanta noção do tempo) naquele dia. Ele arqueia as sobrancelhas, um pouco surpreso, e eu rio dele, dando uma leve cotovelada.
É bom rir. Sinto o som da minha risada preencher o ar ao redor, ao meio da floresta que estávamos. Toda ela transmitia um brilho intenso e porpurinoso (essa palavra existe?) que parecia circular ao nosso redor. Um barulho relaxante de algum riacho preencheu meus ouvidos cada vez que avançávamos a explorar aquele lugar, mas eu ignorei isso.
— Vamos lá, Ian, não diga que você nunca pensou em voltar. — Eu murmuro, tocando em um ponto que seria levemente frágil para ele. Ao ver que Ian ficou pensativo, assim como eu ficara, dei mais um sorriso, com um ar de "eu falei"
— Sim, Riley, já pensei. Mas chegamos aqui há tão pouco tempo... Eu sinceramente preciso aproveitar mais um pouco. Eu sei que você chegou antes e tal..
— Pode ser, mas então a Beth poderá estar velha demais quando você decidir voltar. — Comento na pura inocência.
Ele para de caminhar.
Uau. Eu sou boa em tocar nesses "pontos frágeis". Talvez porque eu não tenha medo de falar o que penso, como tantas pessoas. E além disso, eu conheço Ian muito bem.
Como ele parecia sem vontade de comentar algo, continuei:
— Além disso, aqui é bom nas primeiras semanas. Primeiros meses. Posso estar a sei lá quantos meses, mas eu realmente sinto falta do mundo real, sabe? Sinto falta de Bethany. Achei que, depois que ela descobriu como falar conosco, ela se comunicaria mais. Mas até agora ou ela realmente não pode ou ela se esqueceu.
— Você realmente conta com essa ideia de encontrá-la quando voltar? Riley, você pode nascer em qualquer lugar do mundo e, acima de tudo, você perderá a sua memória. Está disposta a esquecer tudo isso que já teve?
Dessa vez ele me atingiu em um ponto fraco. Talvez possamos nos conhecer não tão bem quanto imaginávamos, porque eu sabia que ele nunca havia tocado nesse assunto comigo. A minha ideia seria que eu cresceria e tentaria procurá-la, mesmo que não me lembrasse. Eu viajaria para os EUA e quem sabe tivesse algum deja vú. Não é isso que as pessoas sentem? Como se conhecessem aquele lugar e pessoa de outra vida? E se eu nascesse pobre, nunca pudesse sair ao menos da minha cidade? Se eu fosse rica demais e esquecesse qualquer resquício dessa vida que perdi tão precocemente? Se por acaso algo desse errado? Mas eu realmente não queria perder minhas lembranças com ela e com Ian, apesar de que eu faria de tudo para esquecer todos os dias no Hospital. Uma leve ideia me passou pela cabeça, perguntando se talvez essa não seja minha terceira, segunda vida, e como eu faria para recuperar todas as lembranças de antes. Será que eu tinha uma outra irmã? Será que eu tinha uma mãe e um pai presentes? Eu era feliz?
— Não sei. — Falei por fim, e então cruzei os braços, sentando-me. Não queria mais andar. O propósito que eu e Ian tínhamos de achar algo interessante pareceu desaparecer desde que eu falara as primeiras palavras. Na verdade, eu não estava com vontade de fazer nada esta manhã. — Se Beth pelo menos falasse conosco, ela poderia dar alguma ideia, alguma sugestão. — Reclamei. Por que ela não vinha pelo menos dar sinal de vida? Será que ela já nos havia esquecido? No mesmo instante que pensei nisso, balancei a cabeça, tentando jogar para longe esse pensamento.
— Ei, Riley, tenho certeza que ela pensa nisso. Mas talvez os outros possam não querer que ela se prenda em nós... algo que só a fará mais triste. Talvez ela realmente esteja ocupada com algo. — Ele sugere, e vejo que há um certo pesar em sua voz.
Eu sabia que ele também queria que ela viesse falar conosco e, além disso, esse "ocupada com algo" era algo relativo. Eu sempre soube que ele gostava de Beth, e esse "algo" pode ser algo (quantas vezes eu repeti essa palavra?) relacionado com Jack. O último encontro deles, pelo que me contara, não fora dos mais amigáveis. Além disso, todos sabiam que a guerra já havia passado, e no momento, o Acampamento estava em um estado de calmaria. Não era nada que pudesse realmente ser importante ao ponto de um risco, Beth vir falar conosco.
— Talvez. — Respondo, e fico quieta por um tempo.
Mesmo se eu me esquecesse de tudo isso, eu ainda queria voltar. Ainda queria poder viver de novo, quem sabe, dessa vez uma vida em que eu não fosse doente ou morresse cedo. Que eu pudesse ter meus parentes próximos e que ir a um parque de diversões não fosse algo que pudesse resultar em um ataque de um monstro. Uma vida em qual eu pudesse crescer de novo, passar pela adolescência.
Eu vira Beth crescer, eu vira ter os melhores momentos de sua vida, enquanto eu estava no Hospital. Eu só esperava do fundo do meu coração que eu sarasse logo e começasse a entrar nessa idade. Escola, festas, maquiagem, amigos, amor. Eu esperava com fevor por essa época. Quando eu foi realmente curada, pensei que tivesse uma chance. Mas aí eu morro semanas depois disso. Antes mesmo de completar 11 anos.
Empacada para sempre - se eu escolhesse preservar minhas memórias - nos meus malditos 10 anos.
— Ian... do que você sente falta? — Pergunto, curiosa.
Acho que ele percebeu minha leve tristeza, quando respondeu:
— Pizza.
Dei um sorriso, concordando, mas pedindo para ele falar sério dessa vez.
— Ei, é verdade! Faz quanto tempo que eu não como uma pizza de mussarela, com catupiry por cima e ainda um copo de coca gelado?
— Ok, mas fale de outra coisa, antes que eu morra — se eu estou morta, é impossível morrer de novo. Então... antes que eu viva? — de vontade de comer pizza.
Ele dá um sorriso e parece pensar um pouco. Senta-se a minha frente.
— De nós três, como nos velhos tempos. Pregando peças no Central Park. Assistindo filmes de terror enquanto eu te assustava, e abraçava Bethany, colocando-a no meu peito quando sentia que ela também se assustava. De ir a lanchonetes e ver um sorriso estampado no seu rosto, para depois olhar para Bethany e ver um sorriso melhor ainda, ao saber que a irmã se encontrava bem.
Continuei sorrindo, ao pensar nisso. Acho que de certa forma, nossos principais bons e ruins momentos estavam ligados a minha irmã. Não que eu reclamasse. Eu gostava disso. Gostava de nós três. Gostava do vizinho de 10 anos que morava na frente do apartamento do Ian, mas era diferente. Eu era tímida demais para ir dizer oi, sendo que eu era eu mesma com Beth e Ian. E todas as vezes que tomava coragem, havia um surto da doença. Acho melhor corrigir. Eu gostava do vizinho, e amava Bethany e Ian. Acho que não cheguei a amar nossa mãe, sendo que nunca a conheci. Tinha raiva por ela ter nos abandonado tão cedo, mas eu sabia que Bethany a amava.
E depois de saber que ela já havia reencarnado quando cheguei, não me dei satisfação para procurá-la. Talvez seria apenas mais uma coisa para me manter aqui.
Mas a hipótese de nascer de novo ainda circulava em meus pensamentos, e eu sabia que Ian pensava nisso também. Eu mal soube direito dele depois de que ele sumiu ao Beth completar 17 anos. Ele estava um pouco diferente e parecia mais tenso, mas agora sei o motivo. Talvez ele quisesse proteger a gente, mas realmente, depois desse momento e até eu morrer, eu nunca mais falara com Ian, até agora. Foram 9 anos que convivi com ele, praticamente minha vida inteira. Eu o considerava meu irmão. Mas... será que nesse meio tempo que não o vi ele conheceu alguma garota? O que ele fazia além das ordens primordiais? Tinha amigos? Algo que quisesse voltar que não fosse nós três?
Mais uma vez, meus pensamentos se embaralharam, e eu decidi apenas esquecer aquilo tudo. Por mais um dia. Portanto, pulei da pedra e me joguei em um monte de folhas secas do outono, rindo. Ian se animou e começou a fazer o mesmo, mas sabia que era por mim.
Naquele momento, acho que eu poderia esquecer um pouco meu passado e meu futuro.
E viver meu presente.

***
Riley Bloom
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