Estúdios de Gravação M.A.C.

Quando abri meus olhos - ainda um pouco dolorosamente -, eu já estava em outro lugar. Muito longe, eu tinha certeza. Parecia um... estúdio de gravação. Havia um homem num balcão próximo, mas ela parecia ocupado discutindo com alguns fantasmas na minha frente. Escondi-me atrás de um sofá, não sabendo se ele teria me visto ou não. Mas acreditei que teria mais tempo. Primeiro, avaliei minha forma de fantasma. Não notei muita coisa diferente, minha pele apenas parecia brilhar suavemente. Eu ainda tinha os cortes que Elizabeth - não conseguia mais pronuciar seu apelido - havia feito em mim, mas não eram quase... desfocados. Duvidei que pudesse ser capaz de fazer alguma coisa do que podia em minha condição de vida. Sei lá. Eu não parecia nem ser capaz de atravessar paredes com este corpo - não, alma - que parecia tão frágil. Segundo, lembrei de Bethany. Ok, eu estava louca para ver minha mãe, mas eu me sentia angustiada por não ter dito adeus direito a ela. Eu pensara... que era somente uma viagem, logo nos veríamos. Assim prova-se mais uma vez que precisamos viver o momento como se fossse o último, porque como semideusa - ou irmã de uma, que está em quase o tempo todo com ela - o último momento pode ser a qualquer instante. Eu não queria me mostrar para aquele cara. Será que havia algum jeito de sair dali? Eu não sabia. Tentei ver o que era capaz de fazer. Respirei fundo e toquei em algum objeto a minha frente. Perfeito, minha mão o transpassou. Tá, não era tão imprevisível assim. Tentei me concentrar. Solído. Força. Matéria. e segurei novamente. Consegui, mas foi apenas um momento. Suspirei frustada. Olhei para a porta, tão próxima... mas nos olhos do homem. Continuei sentada ali.

Me aproximei lentamente, sem muita vontade de falar com aquele cara. Eu não tinha dracmas nem nada, portanto apenas respondi sua pergunta.
- Riley Bloom. - Respondi. Ele queria saber como eu morrera. Eu não estava afim de comentar nada muito detalhado. - Veneno. - Murmuro.
Claro que foi o resumo do resumo, mas realmente eu queria sair dali.
- E o que eu faço agora que morri?

Morta em 10 de junho de 2015

Suspirei frustada, sentando. Aquilo era entediante. Eu não tinha achado um monte de coisa no Acampamento? Deviam ter caído tudo do bolso da minha jaqueta quando Elizabeth me atacara. Coloquei minhas mão dentro, como sempre fazia quando não sabia o que fazer. Dei uma respirada funda - apesar de não precisar mais, mas este hábito era difícil de largar - e senti algo roçando em meus dedos. Retirei rapidamente, uma úncia moeda dourada por entre meus dedos. Tinha achado-a perto do Punho de Zeus, certa vez. Levantei rapidamente e corri para aquele cara.
- Ei, isto serve para alguma coisa? - Perguntei, com alguma esperança de sair dali.